Na verdade RPG (Role Playing Game) é originalmente um
jogo de tabuleiro lançado em 1974. Neste jogo não há uma disputa, os jogadores
interpretam seus papeis no jogo e mudam o rumo da história dentro de uma regra
determinada pelo narrador. As possibilidades são infinitas e as interações
sociais fazem valer horas a fio para conclusão do jogo. É uma pena que com o
mundo cada vez mais efêmero e imediatista está cada dia mais difícil reunir um
bom número de amigos para horas de aventuras imaginadas.
Os japoneses decidiram
transportar para os games a ideia do RPG (na verdade CRPG – Computer Role Playing Game), em 1986
estourou o sucesso Dragon Quest para nitendinho e começou a febre sobretudo com
a chegada de Final Fantasy. Nestes games, ao contrário do tabuleiro, apesar de
haver muitos diálogos, as decisões do jogador não tornam a história
imprevisível; mas suas decisões tornam a jogabilidade imprevisível. O fator
sorte (LUCK), as decisões de adquirir ou não mais experiência (EXP). O CRPG
torna a jogatina pessoal, seu jogo é mais fácil ou mais difícil a depender de
suas escolhas. Você está no comando: O sucesso do CRPG está em transportar,
apenas em parte é verdade, a magia dos clássicos RPGs para a tela.
Interessante é que o RPG
(clássico) nasceu nos EUA mas os americanos não compraram muito a ideia que foi
abraçada em massa pelos japoneses com seus JRPGs (CRPG japonês). Talvez porque
o estilo de vida americano é mais imediatista e prático enquanto os nipônicos
dão um valor maior ao sentimento e a subjetividade: isto pode ser visto
comparando os animes às animações ianques, entre um Final Fantasy e um God of War...
A questão é entre a escolha mais profunda ou a escolha mais objetiva.
O fato é que estamos passando por
uma crise criativa no mundo das artes em geral e não é diferente nos games.
Talvez chegue uma hora em que a pancadaria dos Beat Ups parem de transmitir
alguma emoção, os tiros talvez parem de entusiasmar. Então talvez se tenha que
recorrer ao jogo personalizável que nunca será igual não importa quantas vezes
se jogue (ainda que “chatos e demorados”). Então talvez se tenha que, como
dizia o poeta, “cair nos pés do vencedor para ser um serviçal de um Samurai” e
se render ao encanto de um bom JRPG.
God of War
Jogo linear - Não RPG
E você, já finalizou algum JRPG?
De David Brasil: psicólogo e apaixonado pela arte em pixels
arenadecimaarte@gmail.com
Tá louco cara... God of War é RPG e dos melhores, tem o XP e tudo mais. C deve ser caixista...
ResponderExcluirOi amigo, somos de livre exercício de opiniões e gostaríamos de lhe convidar para editar uma matéria sobre o jogo God of War. Abraços.
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