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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Xbox One ou PS4: A Guerra Perdida


Às vésperas do lançamento do que se chamou "nova geração" de games, cada dia que passa mais fervem as discussões de internautas sobre qual será o melhor console: Xbox One ou PS4. Formam-se grupos ditos "caixistas" e outros ditos "sonystas", respectivamente, e travam verdadeiros duelos "trolls" pela Web. A discussão de melhor e pior é inócua, haja vista que os consoles não foram lançados, mas quem sou eu para criticar as identificações e paixões dos gamers pelas marcas? Até porque vibro pelo Esporte Clube Bahia e não tem nada mais irracional que isto.


Quanto ao Xbox 360 e ao PS3: aquele tem um visual mais bonito quando os jogos são multiplataforma, por conta de funcionar na linguagem Directx, a mais poderosa para games; enquanto este, ganha na liberdade de conectividade e consegue gráficos impressionantes, quando os jogos são exclusivamente feitos para ele. A questão a ser levantada é: seria realmente necessária a chegada de uma nova geração agora, quando os gráficos já são de ponta e a crise da indústria afeta os softwares, não os hardwares?
Acompanhei a imprensa especializada noticiando excessivos rumores, quase implorando pela chegada de novos hardwares. Muitos jogadores almejam alcançar "a" sensação e creem que um mais trabalhado efeito de reflexo vai proporcionar isto. Nas verdade depois de acostumar a vista com o mascaramento de pixels a sensação de dé javù  deve voltar. A indústria, apoiada pela imprensa e grande parte dos players, segue uma tendência de produzir cada vez mais poderosos gráficos e isto pode significar sua auto destruição.
Jamais como nos últimos meses, fecharam as portas tantos estúdios de desenvolvimento. Alguns, ícones da história, como a Midway. Há demissões em massa no setor onde até a ATLUS se viu ameaçada com a falência da Index, que lhe era proprietária. A primazia gráfica requer uma quantidade desproporcional de recursos e as empresas com menos verba estão morrendo, no futuro, só vai haver "gigantes" como EA, Ubisoft e Warner. A tendência atual é de investir no dispendioso motor gráfico (frostibite, unreal 1, 2, 3 e lá vai fumaça) e desinvestir no pessoal da criação (tá bonito? agora vá lá e bata ou atire).

Jogos Hollywood


Difícil é não relacionar os games ao cinema, e agora com a ditadura gráfica os jogos estão se equivalendo à superproduções hollywoodianas, muitos deles, jogos araras (arara é um dos seres mais bonitos da terra, e um dos mais acéfalos). No Brasil, na década de 50, o cinema seguia a mesma trilha, de investimentos altos e pouco conteúdo. Porém, o baiano Gláuber Rocha encabeçou um movimento chamado de "Cinema Novo" que valorizava a densidade de conteúdo nos filmes com o menor custo possível. O Cinema Novo teve ampla repercussão e reconhecimento internacional.
Talvez seja isso que precisamos para frear a tendência industrial dos games, um movimento... "Movimento Game Novo", parafraseando Gláuber. Onde verdadeiros artistas produzissem games de forma independente, sem o controle industrial; com a criatividade sem limites para devolver aos games o status de arte. A boa notícia é que o "Movimento Game Novo" já existe e tem ganhado muita força, com outro nome: a saber, Jogos Indie.

O Sucesso dos Games Indie - o "Movimento Game Novo"


Está claro que para um jogo ser excelente e vender bem não são necessários dispendiosos gráficos de ponta. A Nintendo sabe bem disso,  com os modestos 480p do WII, deu uma lavada de vendas no XBOX 360 e PS3 e gastou muito menos para produzir seus jogos. Os games independentes são feitos de forma ainda mais bonita, por hobby, por arte. Não gastam "horrores" e produzem obras-primas. Como Limbo, Braid e ainda games mais densos, como o magnífico "I Am Alive". Já existem seguidores fiéis dos jogos indie que se recusam a jogar os "industriais", deem uma olhada no fórum deste pessoal.
Claro que não dá para negar a relevância artística de Metal Gear 4, Red Dead, Batman Arkham Asylum e da série Assassins Creed por exemplo. Mas partir para uma busca desenfreada pelo gráfico perfeito é um caminho perigoso que pode não ter volta. Enquanto a indústria parte para o seu suicídio gráfico, eu respondo a pergunta: Xbox One ou PS4?

PSVITA: (hoje fiquei duas horas na fila do recadastramento de imóvel jogando a obra de outro mundo "Persona 2" de PSX... Nem doeu.)

E você, acredita que a busca do gráfico perfeito é um bom caminho? Queremos sua opinião.


De David Brasil: psicólogo e apaixonado pela arte em pixels
arenadecimaarte@gmail.com

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